Denise Aguiar fala pela primeira vez em sua rede social, após ser covardemente agredida nas redes sociais por alguns apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, após ter participado de uma live na sexta feira (26).
O Metrópole mostrou mais cedo o apoio da sociedade civil Altamirense a ela, e até a oposição se mostrou indignado com a cena de ódio e desrespeito que surgiu nas redes sociais, após a participação dela na live do rei Cléo Soares.
Denise deixou de explicar o porque não usou a máscara corretamente durante a participação na live, mesmo estando negativo para o novo coronavírus.
Ela começa indagando porque uma mulher incomoda tanto.
Veja;
Por que a participação da mulher incomoda tanto?
Nos últimos dois dias, fui atacada em redes sociais, de forma bastante grosseira. Foram postagens distorcidas, debochadas e até ofensivas.
É muito claro, para mim, o verdadeiro motivo por trás desses ataques. Tenho certeza de que muita gente, além de mim, também percebe o que leva algumas pessoas a agirem assim.
A maioria dos ataques, naturalmente - e infelizmente - foi feita por homens. E isso já explica muita coisa.
No Brasil, ainda hoje, em pleno século 21, muitos homens têm extrema dificuldade em lidar com as conquistas das mulheres. Não só com as conquistas. Têm dificuldade de lidar, até mesmo, com as alegrias da mulher.
A presença feminina em ambientes que, durante muito tempo, eram restritos ao sexo masculino, incomoda muito. Especialmente, a quem se acostumou a exercer um suposto poder, que vem se desmanchando, cada vez mais, graças à atuação das mulheres.
Sempre fui uma mulher de espírito livre. Independente. Dona do meu nariz.
Participei de uma live solidária, em benefício de centenas de pessoas que são as mais atingidas pelos impactos da pandemia do coronavírus.
O fato de ter atitude, de chegar de surpresa ao local da transmissão, de não esconder a minha emoção, foi o suficiente para que aflorasse o machismo que ainda está impregnado em quem passou a me atacar.
Talvez, se não fosse eu quem aparecesse ali, mas fosse um homem, essas postagens seriam diferentes. Seriam aplausos pela solidariedade com quem precisa. Pelo envolvimento com uma ação tão bonita e necessária. Pela naturalidade no comportamento. E pela emoção ao falar com os artistas.
Gente, solidariedade não tem sexo. Emoção não é um sentimento reservado a alguns e não a outros. Nós não somos gênero: somos gente. Homens e mulheres.
O comportamento condenável, hoje, é a omissão. O comportamento condenável é a mentira. É fazer graça com coisa séria.
Além disso, outra mentira colocada nas postagens, é de que eu estaria infectada pelo coronavírus. E aí também se revela outra motivação de quem criou essa fake news.
Eu senti os primeiros sintomas da covid no dia 6 de junho e imediatamente procurei os médicos. Fiz o primeiro teste nesse mesmo momento e, com o diagnóstico precoce, pude iniciar o tratamento, em isolamento domiciliar, exatamente para proteger as pessoas que me cercam.
No dia 16 de junho, já me sentindo bem e no final da quarentena, fiz novamente o teste e o resultado, graças a Deus, foi negativo. Eu estava curada.
A participação na citada live ocorreu dez dias após a cura, na sexta-feira, 26. Portanto, sem qualquer possibilidade de contaminar quem quer que fosse, já que eu estava livre do vírus, como pode ser comprovado em todos os exames, aqui disponíveis.
Ao tentar manchar minha imagem pública e denegrir minha reputação, é óbvio que meus detratores querem reduzir minha importância como cidadã e como agente política.
Ninguém se defende do que não teme.
Participei ativamente da gestão municipal, nos dois mandatos do prefeito Juvenil. Recentemente, enfrentei sem descanso o maior desafio da vida, como secretária de Saúde, em plena crise da pandemia, que eu mesma senti na pele.
Para minha felicidade, a sociedade de Altamira conhece minha história e reconhece todo o trabalho que fiz no combate ao coronavírus.
Dediquei a maior parte da minha vida trabalhando pelo bem das pessoas. E não vou desistir da missão que abracei, de colocar a nossa gente em primeiro plano e fazer de tudo para melhorar ainda mais a vida de quem precisa.
Altamira precisa seguir em frente, assumindo sua vocação para o desenvolvimento econômico com justiça social.
Por isso, minha participação incomoda tanto. Porque sou mulher. Porque sou livre. Porque exerço o meu direito sagrado de cidadã. Porque represento um novo olhar sobre a política.
Um olhar voltado para o futuro.
Um olhar que não esconde o afeto. Um olhar que ainda tem capacidade de se indignar com a injustiça. Um olhar que enxerga muito além dos jardins. Um olhar de quem está pronta para fazer a diferença.
E Altamira pode contar comigo. Com a minha solidariedade, minha coragem e também minha força de vontade para construir um amanhã ainda melhor para o nosso município.
A participação da mulher é fundamental para retirar as pedras que ainda são colocadas no nosso caminho. Vamos juntas, e solidárias, seguir em frente, pelo bem de Altamira.
À íntegra da postagem e os comentários dos internautas você pode ver no Facebook de Denise Aguiar.
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