NO PARÁ 553 PESSOAS SÃO ROUBADAS OU FURTADAS POR DIA
Foto: Pryscila Soares - Diário do Pará/Pedro Guerreiro |
Com isso, o número de
casos desses dois tipos de delitos é certamente superior, levando em
consideração os que ocorrem no dia a dia e não entram para as estatísticas por
não serem registrados pelas vítimas.
Em algumas áreas apontadas
como de risco não é difícil observar os comércios adotarem medidas preventivas,
como ocorre no Conjunto Paar, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. Ali
os assaltos e furtos já tornaram-se “comuns” para os moradores. E são
praticados a qualquer hora do dia.
GRADES
Moradora do conjunto,
Andreza Ferreira, 27, é sócia-proprietária de uma loja de confecções e
esmalteria, juntamente com a amiga Sandra Martins, 39. Situado na Avenida Rio
Tapajós, o estabelecimento é gradeado e é assim que as lojistas costumam
trabalhar: com as grades trancadas.
Elas explicam que
resolveram reforçar a segurança do ponto comercial devido aos recorrentes casos
de assaltos registrados no comércio da região.
“Agora vai chover e vamos
ficar na grade. Fica soturno. É tanto mais segurança pra gente quanto pras
clientes”, diz Andreza. Para Sandra, a insegurança aumenta ainda mais neste
período do ano.
“Começa o mês de dezembro,
ficamos mais inseguras ainda porque o movimento aumenta. Às vezes vem casal, a
mulher entra pra olhar e o rapaz fica fora. Ela fica olhando e já dá
orientações pra ele. Já desconfiamos disso aqui”, frisa.
Comerciantes usam redes sociais para tentar se
proteger
Até grupo no WhatsApp os
comerciantes da área pensam em criar para se comunicarem e avisarem quando um
deles perceber uma movimentação suspeita.
“Já pensamos até em
comprar apito pra avisar. Aqui já aconteceram várias situações com donos
anteriores. Quando chega casal, uma de nós vai pra frente da loja porque, caso
aconteça, uma já pede ajuda”, explica Andreza, acrescentando que já sofreu
vários assaltos na rua da casa onde reside no mesmo conjunto.
O abrigo de uma parada de
ônibus situada em frente a uma universidade próxima ao viaduto, em Ananindeua,
fica vazio, enquanto os usuários do transporte coletivo se aglomeram na área de
entrada da instituição onde há movimentação de alunos e vendedores ambulantes.
Os trabalhadores que atuam
ali afirmam que os assaltos e furtos podem ocorrer a qualquer momento. “De vez
em quando acontece. Principalmente nas ruas ao lado. Perto da parada (abrigo)
ninguém fica. As pessoas vêm pra cá por ter mais movimento”, disse um vendedor
ambulante que preferiu não se identificar.
Os usuários dos coletivos
estão sempre atentos para evitar serem vítimas. “Já vi furto aqui nessa parada.
Nunca fui. Mas já presenciei várias vezes. Em ônibus também já vi assalto umas
4 ou 5 vezes. Então tem que ficar atento em qualquer lugar. Infelizmente a
gente já fica numa expectativa ruim de quando será nossa vez”, lamenta o
aposentado Osvaldo Furtado, 66, que reside em Ananindeua.
Perdeu as contas
O gráfico Pedro Ferreira,
54, já perdeu as contas de quantos assaltos sofreu nos últimos anos. Mas nem
todos entraram para as estatísticas. Ele conta que morou por muitos anos no
bairro do Icuí, em Ananindeua, e um dos motivos de ter se mudado para o centro
do município foi pelos constantes assaltos.
“Já me levaram oito
bicicletas, três relógios, dinheiro, arrombaram minha casa... trabalho aqui em
Belém, mas não me sinto seguro em lugar nenhum”, disse enquanto caminhava para
um ponto de ônibus no bairro do Marco.
“Às vezes pego ônibus à
noite e fico com medo de ficar em parada. Também já fui assaltado em ônibus.
Logo no começo fiquei traumatizado. Mas a gente não pode desistir. Tem que
tocar a vida pra frente”, reforça ele.
Fonte: Diário do Pará
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