![]() |
CNH |
Com redução na carga horária, custo da habilitação deverá cair entre R$ 200
e R$ 300
e R$ 300
As novas regras para a obtenção ou aquisição de categoria na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH) entram em vigor nesta segunda-feira (16).
As mudanças, que foram anunciadas no dia 18 de junho, trazem a
diminuição da quantidade mínima de horas/aula exigidas no curso da
categoria B (carros), além da exclusão da exigência de aulas para a
categoria ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotores), destinada às
motos de baixa cilindradas, popularmente conhecidas como
“cinquentinhas”. Como consequência, também deverá haver uma queda no
valor final da habilitação.
Para a condução de carros, a redução na carga de horas/aula se deu
pela exclusão da obrigatoriedade dos simuladores. Dessa forma, a carga
horária passa a ser de 20 horas/aula, idêntica à categoria A
(motocicletas). Optando pelo uso do simulador, poderão ser realizadas
até cinco aulas no equipamento, reduzindo para 15 horas obrigatórias de
práticas no automóvel. Outra alteração ocorre na exigência de aulas
noturnas, que agora será de uma hora/aula prática para motos, carros ou
ciclomotores.
Com a diminuição na quantidade de aulas necessárias para obter a
habilitação, o custo do curso de formação de motoristas deverá sofrer
redução. Conforme o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação
de Condutores do Estado de Minas Gerais (Siprocfc), o valor final,
considerando o mínimo de horas, deverá cair de 10% a 15%, o que
corresponde a um valor entre R$ 200 e R$ 300, de acordo com a região.
Sem aula
Na categoria ACC, a nova norma extingue, por um ano, a necessidade de frequentar aulas, realizando apenas as provas teórica e prática. No entanto, se o candidato for reprovado, será necessário se submeter às aulas práticas na nova tentativa. Após 12 meses, a carga horária de aulas passará para cinco horas e poderá ser feita no veículo do aluno, desde que tenha menos de cinco anos de fabricação.
As alterações partiram do Conselho Nacional do Trânsito (Conatran),
e, de acordo com o órgão, foram tomadas para “desburocratizar processos,
retirar entraves e facilitar a vida do cidadão, sem abrir mão da
segurança no trânsito”. Em contato com a Tribuna, o Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) afirmou que tornar o uso dos simuladores
facultativos se deu em função da “carência de estudos técnicos, além da
falta de dados estatísticos, que comprovem a eficácia do modelo que
vinha sendo adotado. O Denatran entende que as novas regras atendem os
requisitos para uma formação adequada aos novos condutores”, completou,
em nota.
O conteúdo continua após o anúncio
Sindicato faz criticas
![]() |
Foto: Olavo Prazeres |
As principais mudanças, que exigem menos horas para obter a
habilitação, foram criticadas por proprietários de autoescolas da
região. Isso porque, segundo eles, o aprendizado será comprometido com
as alterações nas regras. De acordo com o presidente do Sindicato dos
Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Estado de Minas
Gerais (Siprocfc), Alessandro Dias, reduzir a carga horária para a
obtenção da CNH, sem um aprofundado estudo acerca do tema, é algo
“temerário”. Ele também pontuou que a medida é adotada sem “discussões
amplas” com os setores impactados.
De acordo com Alessandro, no passado, a carga horária era de 20
horas, como agora voltou a ser, e foi aumentada para 25 horas por conta
do alto índice de reprovação nos exames de direção. Mesmo após um
aumento na aprovação com a medida, em Minas Gerais, hoje, ela se
encontra na faixa de apenas 35%. Segundo dados do Siprocfc, os
candidatos mineiros necessitam, em média, de 2,82 exames para conquistar
a habilitação, além de aproximadamente 30 aulas para a conclusão do
processo.
Outras medidas
Sobre a redução da carga horária obrigatória nas aulas noturnas, o presidente do sindicato reconhece que tal medida indica uma facilitação do processo, uma vez que retira a necessidade de o candidato ter disponibilidade em um horário específico. Ele também falou sobre as mudanças na habilitação para as “cinquentinhas”, classificadas como “irrisórias” e “um ponto de interrogação”.
Sobre a redução da carga horária obrigatória nas aulas noturnas, o presidente do sindicato reconhece que tal medida indica uma facilitação do processo, uma vez que retira a necessidade de o candidato ter disponibilidade em um horário específico. Ele também falou sobre as mudanças na habilitação para as “cinquentinhas”, classificadas como “irrisórias” e “um ponto de interrogação”.
Para pesquisadora, falta estudos
A doutora em Ciências Sociais e especialista em violência no
trânsito, Andréia dos Santos, da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais (PUC/MG), concorda com o presidente do Siprocfc sobre a
falta de reflexões técnicas nas medidas adotadas pelo Governo federal.
Para Andréia, há, acima de tudo, a vontade de o presidente Jair
Bolsonaro cumprir as promessas realizadas durante a corrida
presidencial. “Ele opina sobre o assunto sem guardar as condições
técnicas ou validar estudos que comprovem efetivamente se são ou não
importantes”, analisa a pesquisadora, que não acredita que as mudanças
para obtenção de CNH irão ter efeitos profundos no sistema de
habilitação, classificado por ela como “muito complexo”.
Segundo a pesquisadora, em nome da desburocratização há um processo
de desarticulação de entidades representativas que garantem a democracia
nas discussões realizadas pelo Executivo. “A gente tem muito mais que
pensar na validação racional e burocrática dos nossos sistemas ,para que
ele dê oportunidades a todas as pessoas. E isso tem a ver com processos
democráticos, com discussões de opinião ou de compreensão e de demandas
populares que só são ouvidas a partir dos conselhos que deveriam estar
articulados para a compreensão desse problema.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu contato!
Blog Metrópole do Xingu o melhor blog do Pará