O congelamento pode render economia entre R$ 35 bilhões e R$ 37 bilhões, segundo fontes do governo. Mas a medida irar desagradar pobres e classe média.
A equipe econômica estuda retirar da Constituição a previsão de que o salário-mínimo seja corrigido pela inflação. O congelamento poderia render uma economia entre R$ 35 bilhões e R$ 37 bilhões, segundo fontes da equipe econômica ouvidas pelo Estadão/Broadcast.
A ideia é que, em momentos de grave desequilíbrio fiscal, como o
atual, haja condições de congelar mesmo os aumentos nominais (ou seja,
dar a variação da inflação) da remuneração por alguns anos, até que a
saúde das contas seja encaminhada.
Oficialmente, porém, a proposta de orçamento para o ano de 2020 prevê
aumento do salário-mínimo dos atuais R$ 998 para R$ 1.039 a partir de
janeiro do ano que vem, levando em conta a variação da inflação. Há quem
defenda, no entanto, não dar nem mesmo a inflação como reposição
salarial para abrir espaço no Orçamento para despesas de custeio da
máquina pública e investimentos.
Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, o Orçamento de 2020 pode
começar com um alívio de R$ 202,6 bilhões, entre redução de despesas,
aumento de receitas e diminuição da dívida pública, caso o Congresso
Nacional aprove uma proposta que aciona mais rapidamente medidas de
contenção dos gastos já previstos na Constituição e cria novos freios
para as contas.
A ideia tem sido costurada com os deputados Pedro Paulo (DEM-RJ) e
Felipe Rigoni (PSB-ES), respectivamente autor e relator de uma proposta
que regulamenta a regra de ouro e tenta limitar o crescimento dos gastos
obrigatórios. “Podemos apresentar uma proposta que preveja, por
exemplo, não ter o reajuste por um ou dois anos em momentos de
dificuldades fiscais. E isso abriria espaço para que outros benefícios
também não sejam corrigidos”, disse uma fonte do governo.
Hoje, a Constituição prevê que é direito social do cidadão ter acesso
a um salário-mínimo “com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo”. Assim, o governo se vê obrigado a, todos os anos, recompor
ao menos a inflação. Até o ano passado, era fixada uma correção pelo
Índice de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior mais o Produto
Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
A política de aumentos reais (acima da inflação) vinha sendo
implementada nos últimos anos, após ser proposta pela então presidente
Dilma Rousseff e aprovada pelo Congresso.
Os reajustes pela inflação e variação do PIB vigoraram de 2011 a
2019, mas nem sempre o salário-mínimo subiu acima da inflação. Em 2017 e
2018, por exemplo, foi concedido o reajuste somente com base na
inflação porque o PIB dos anos anteriores (2015 e 2016) teve retração.
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